Solidarity with Palestine

Tuesday, January 3, 2023

The Portuguese Council for Peace and Cooperation (CPPC) does not forget the courageous Palestinian people and their struggle to live in peace, free and independent, in a sovereign and viable State with borders prior to July 4, 1967, and capital in East Jerusalem.
The illegalities and crimes of the Israeli regime against the Palestinian people are numerous and of extreme gravity, but they continue with the connivance of those who, due to opportunism, effective complicity or, simply, bowed before the great protector of Zionism, the
United States of America (USA), pretend not to read, hear, or see:

-The expulsion of Palestinians from their places of dwelling and the seizure of their property; the thousands of administrative detentions and arbitrary arrests, ill-treatment and torture of prisoners, including minors; the repeated military repression of peaceful protests,
multiplying hundreds of civilian deaths and injuries; the demolition of infrastructure, inhabited buildings or entire neighbourhoods, and the massacre of their inhabitants; the isolation of Palestinian communities in ghettos; restrictions on freedom of movement within the
Palestinian territory itself, with perverse effects on the population's daily life, including the transport of patients; the confiscation of thousands of hectares of land and villages, and the usurpation of natural resources and best agricultural lands; the unending expansion
of settlements (West Bank, Gaza and East Jerusalem), confining Palestinians to about 12% of historic Palestine; the compulsory transfer of Palestinian property located in Israeli territory to Jews or Jewish entities; the construction of a concrete wall, 85% of which within
occupied territory, encircling the Palestinian territories and separating thousands of owners from their properties.

-That Gaza remains surrounded by land, sea and air by Israeli forces, keeping its population trapped in a situation of inhuman dependence and deprivation of livelihoods, even the most basic, and that the discovery of important reserves of natural gas in offshore
Palestinian Gaza only fuels the Israeli regime's ambition to control and encircle this territory.

-That, adding to all this, there are bombings and other aggressive actions by the State of Israel against neighbouring states.

In this context, which has persisted and worsened for more than seven decades, the so-called western world – the name given by the mainstream media to the group of countries that uncritically follow the US command –, instead of taking sides against these crimes and
illegalities, prefers to persecute those who denounce them and intervene in defence of the Palestinian people to uphold law, justice and peace. Particularly in the European Union (EU), while the denunciation and condemnation of Israel's policy against the Palestinian
people is shamefully recognised and solidarity with the Palestinian cause is threatened, businesses are established with companies from the Israeli military-industrial complex and agreements with the State of Israel.

The current US Administration continues with the legacy of the previous ones, of unconditional political, financial and military support (the latter alone accounts for more than three billion dollars a year) to the State of Israel. Uses financial blackmail to condition the
Palestinian National Authority's action; prevents international prosecution of Israeli war crimes; refuses to act against the expansion of settlements; maintains the "two-state" rhetoric but does not reverse the decision to transfer the US embassy to Jerusalem.

In a time of great uncertainty and danger, in which vile silence, lies and manipulation prevail, the CPPC not only does not forget the courageous Palestinian people, but also reiterates its unwavering solidarity with their struggle for a sovereign and viable State in the
territory that rightfully belongs to them. A state where Palestinian refugees can also return and everyone can finally live in freedom and peace.

The National Board of the CPPC
3rd of November 2022
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Solidariedade com a Palestina

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) não esquece o corajoso povo palestino e a sua luta para viver em paz, livre e independente, num Estado soberano e viável com as fronteiras anteriores a 4 de julho de 1967 e capital em Jerusalém oriental.

As ilegalidades e crimes do regime de Israel contra o povo palestino são inúmeros e de gravidade extrema, mas prosseguem com a conivência dos que, por oportunismo, efetiva cumplicidade ou, simplesmente, curvados perante o grande protetor do sionismo, os Estados Unidos da América (EUA), fazem de conta que não leem, não ouvem, nem veem:

-A expulsão de palestinos dos seus locais de residência e a apropriação dos seus bens; os milhares de detenções administrativas e prisões arbitrárias, maus tratos e tortura de prisioneiros, incluindo de menores de idade; a reiterada repressão militar de protestos pacíficos, acumulando centenas de mortes e feridos civis; a demolição de infraestruturas, prédios habitados ou bairros inteiros, e massacre dos seus habitantes; o isolamento de comunidades palestinas, em guetos; as restrições à liberdade de circulação, dentro do próprio território palestino, com efeitos perversos no dia-a-dia da população, incluindo no transporte de doentes; o confisco de milhares de hectares de terras e vilas, e a usurpação dos recursos naturais e das melhores terras agrícolas; a incessante expansão de colonatos (Cisjordânia, Gaza e Jerusalém oriental), confinando os palestinos a cerca de 12% da palestina histórica; a transferência compulsória de propriedades de palestinos, situadas em território israelita, para judeus ou entidades judaicas; a construção de um muro de betão, 85% do qual dentro de território ocupado, cercando os territórios palestinos e separando milhares de proprietários das respetivas propriedades.

-Que Gaza continua cercada por terra, mar e ar pelas forças israelitas, mantendo a respetiva população presa a uma situação de desumana dependência e privação de meios de subsistência, mesmo os mais básicos, e que a descoberta de importantes reservas de gás natural no offshore palestino de Gaza só vem alimentar a ambição do regime israelita de controlo e cerco deste território.

-Que, a tudo isto, acrescem bombardeamentos e outras ações bélicas do Estado de Israel, contra os Estados vizinhos

Neste quadro, que perdura e se agrava há mais de sete décadas, o chamado mundo ocidental – designação que a comunicação dominante dá ao conjunto dos países que seguem acriticamente o comando dos EUA –, ao invés de tomar partido contra estes crimes e ilegalidades, prefere perseguir aqueles que os denunciam e intervêm em defesa do povo palestino em prol do direito, da justiça e da paz.

Em especial na União Europeia (UE), ao mesmo tempo que se assimila a denúncia e condenação da política de Israel a antissemitismo e se ameaça a solidariedade com a causa palestina, estabelece-se negócios com empresas do complexo industrial-militar israelita e acordos com o Estado de Israel

A atual Administração dos EUA prossegue com o legado das anteriores, de incondicional apoio político, financeiro e militar (só este último contabiliza mais de três mil milhões de dólares por ano) ao Estado de Israel. Utiliza a chantagem financeira para condicionar a ação da Autoridade Nacional Palestina; impede o julgamento internacional dos crimes de guerra israelitas; recusa-se a agir contra a expansão de colonatos; mantém a retórica de «dois Estados», mas não reverte a decisão de deslocalizar a embaixada norte-americana para Jerusalém.

Num tempo de grande incerteza e perigo, em que o vil silêncio, a mentira e a manipulação campeiam, o CPPC não só não esquece o corajoso povo palestino como reitera a sua inabalável solidariedade com a luta deste por um Estado soberano e viável no território que lhes pertence por direito. Um Estado aonde os refugiados palestinos também possam regressar e todos, finalmente, viver em liberdade e paz.

A Direção Nacional do CPPC
3 de Novembro de 2022