Defence of peace in times of a pandemic

Tuesday, April 14, 2020

26-03-2020

The complex and very unpredictable moment that we are experiencing, which restricts our usual socialisation, demands a broader vision and a closer look on what is happening, namely on the suffering of the peoples of the most vulnerable countries and the behaviour of the great powers at European and world level, when more solidarity and cooperation is required and a redoubled effort to put an end to the unacceptable recourse of economic and military aggression in international relations.

This is a time when social responsibility cannot be confused with a climate of fear, which can lead to its trivialisation and conditions conducive to the amputation of fundamental rights, freedoms and guarantees, weakening democracy and creating added difficulties for social progress and peace.

The Covid-19 pandemic threat is much more serious for those living in areas where conflicts and wars persist, as in Yemen, Afghanistan, Iraq, Palestine, Syria, for refugees who remain in camps without very little conditions , including in countries in the European Union, for the people of states subject to criminal economic and financial sanctions and blockades that the US and the European Union impose on countries like Iran, Cuba, Venezuela, the Russian Federation or the Democratic People's Republic of Korea.

It is therefore particularly important that the positive example of countries such as the People's Republic of China, the Republic of Cuba and the Russian Federation, which, in this very difficult moment, choose the path of active solidarity and send healthcare professionals and medical equipment to some countries most affected by the new corona virus pandemic. Unfortunately, powers like Germany or the US are rejecting requests for support, preventing the lifting of sanctions or even decreeing new sanctions against countries affected by the pandemic.

We know that measures like those being taken in Portugal to combat the pandemic and to defend health - where social inequalities are also felt most intensely in situations of crisis - are difficult to apply in countries devastated by wars and sanctions of various kinds, namely economic and financial.

For this reason, the Portuguese Council for Peace and Cooperation (CPPC) calls for the mobilisation of all people committed to the defence of justice, social progress and peace, in demanding the end of wars, the end of economic sanctions and the necessary solidarity towards peoples and countries, including displaced persons and refugees, from the areas most affected by aggression and blockades.

The convergence of wills in defence of freedom, democracy, social progress and peace, in accordance with the principles of the United Nations Charter and the Constitution of the Portuguese Republic, assumes an enormous importance in this so difficult moment that humanity is living.

We are never too many for Peace!

CPPC National Board
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A defesa da paz em tempo de pandemia

26-03-2020

O momento complexo e muito imprevisível que estamos a viver, que nos restringe a socialização habitual, exige de todos uma visão mais larga e uma reflexão mais atenta sobre o que se está a passar, designadamente sobre o sofrimento dos povos de países mais vulnerabilizados e o comportamento das grandes potências no plano europeu e mundial, quando se impõe mais solidariedade e cooperação e um esforço redobrado para pôr cobro ao inaceitável recurso à agressão económica e militar nas relações internacionais.
Este é um momento onde a responsabilidade social não pode ser confundida com um clima de medo, que pode levar à sua banalização e às condições propícias à amputação de direitos, liberdades e garantias fundamentais, enfraquecendo a democracia e criando dificuldades acrescidas ao progresso social e à paz.
A ameaça pandémica da Covid-19 é muito mais grave para quem vive em zonas onde persistem conflitos e guerras, como o Iémene, o Afeganistão, o Iraque, a Palestina, a Síria, para os refugiados que permanecem em campos sem um mínimo de condições, incluindo em países na União Europeia, para os povos de estados sujeitos às criminosas sanções e bloqueios económicos e financeiros que os EUA e a União Europeia impõe a países, como Irão, Cuba, Venezuela, Federação da Rússia ou República Popular Democrática da Coreia.
Assume, pois, particular importância o exemplo positivo de países como a República Popular da China, a República de Cuba e a Federação da Rússia que, neste momento tão difícil, escolhem o caminho da solidariedade ativa e enviam profissionais de saúde e equipamentos médicos para alguns dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Lamentavelmente, potências como a Alemanha ou os EUA estão a rejeitar pedidos de apoio, a impedir o levantamento de sanções ou mesmo a decretar novas sanções contra países atingidos pela pandemia.
Sabemos que medidas como as que estão a ser tomadas em Portugal no combate à pandemia e na defesa da saúde – onde também as desigualdades sociais se fazem sentir de modo mais intenso em situações de crise – são de difícil aplicação em países devastados por guerras e por sanções de diverso tipo, designadamente económicas e financeiras.
Por isso, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) apela à mobilização de todas as pessoas empenhadas na defesa da justiça, do progresso social e da paz, na exigência do fim das guerras, do fim das sanções económicas e da necessária solidariedade para com os povos e países, incluindo os deslocados e refugiados, das zonas mais fustigadas por agressões e bloqueios.
A convergência de vontades na defesa da liberdade, da democracia, do progresso social e da paz, nos termos dos princípios da Carta das Nações Unidas e da Constituição da República Portuguesa, assume uma enorme importância neste momento tão difícil que a humanidade está a viver.
Pela Paz todos não somos demais!
Direção Nacional do CPPC