US Nuclear Posture Review — greater dangers for Peace

Wednesday, March 21, 2018

The Portuguese Council for Peace and Cooperation (CPPC) manifests its deep concern for the review of the US nuclear policy, made public by the Pentagon last February 2nd.

CPPC considers that the so-called US Nuclear Posture Review (NPR) represents a particularly dangerous step in the militarist escalation that marks our time, which could have catastrophic consequences for Humanity, unless constrained through strong initiatives in favor of world Peace.

With the NPR, the US administration assumes the intention of expanding, developing and modernizing its nuclear arsenal and diverse components of the so-called nuclear triad — composed by land-based intercontinental ballistic missiles (ICBMs), strategic bombers, and submarine-launched ballistic missiles (SLBMs) — and that is accompanied by the possibility of deploying nuclear weapons by other vectors and the installation of a global anti-missile system, particularly aimed towards Russia and China — breaking with disarmament agreements, such as the Intermediate-Range Nuclear Forces Treaty.

Recall that the US is the only country that has used nuclear weapons — against the populations of the Japanese cities of Hiroshima and Nagasaki, in 1945 —, and the country that most spends on nuclear weapons and has conducted the largest number of nuclear tests.

Of equal concern are the motives used to justify this review of the US nuclear policy, revealing a militaristic foreign policy, that clearly defines as targets China and Russia, but also Korea and Iran.

This policy’s guiding document enumerates the «threats» that must be combated through a new increase of US power — conventional, chemical, biological, nuclear, space and cybernetic, but also so-called «violent non-state actors» — allowing the realization of a nuclear first strike by the US, even against non-nuclear adversaries.

This review of the US nuclear policy will promote an arms race, with serious implications for the increase in the already monumental military spending worldwide and an increased risk of conflict between nuclear powers.

Regarding military spending, the US alone is responsible for about 40% of global military spending. The next three countries (China, Saudi Arabia and Russia), together, don’t reach half of the 600 billion spent by the US.

Recall that the use of a small part of the present nuclear arsenals would be enough to end life on earth.

The challenge for Humanity is not that of expansion, development and modernization of the present nuclear arsenals, but in on the contrary its reduction and total dismantling.

Repudiating this decision of the US Administration and alerting to its dangerous consequences, CPPC reaffirms the urgency of advancing decidedly towards Peace initiatives aimed at the reduction of the present international tension and the promotion of general, simultaneous and controlled disarmament, aimed particularly and with the greatest urgency at the end of nuclear weapons and other weapons of mass destruction — objective towards which joining the Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons constitutes a particularly important goal.

February, 12th 2018
CPPC National Board

Revisão da Política Nuclear dos EUA - acrescido perigo para a Paz

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) manifesta a sua profunda preocupação pela revisão da política nuclear dos EUA, tornada pública pelo Pentágono no passado dia 2 de Fevereiro.

O CPPC considera que a denominada revisão da política nuclear dos EUA (Nuclear Posture Review – NPR) representa um passo particularmente perigoso na escalada militarista que marca o nosso tempo, que poderá ter catastróficas consequências para a Humanidade, a não ser contrariada através de fortes iniciativas a favor da Paz mundial.

Com a NPR, a Administração norte-americana assume a intenção de expandir, desenvolver e modernizar o seu arsenal de armas nucleares e diversos componentes da chamada tríade nuclear – composta por: mísseis balísticos intercontinentais terrestres, bombardeiros estratégicos e mísseis balísticos lançados por submarinos –, e que é acompanhada da possibilidade da utilização de armas nucleares por outro tipo de vectores e da instalação de um sistema anti-míssil de âmbito global, particularmente visando a Rússia e a China – rompendo com acordos de desarmamento, como o «Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário», de 1987.

Recorde-se que os EUA foram o único país que já usou armas nucleares – sobre as populações das cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui, em 1945 –, são o país que mais gasta em armas nucleares e que mais ensaios nucleares fez.

Não menos preocupantes são os motivos com que se pretende justificar esta revisão da política nuclear dos EUA, reveladores de uma política externa belicista, que define claramente como alvos: em primeiro lugar, a China e a Rússia, mas também a Coreia e o Irão.

No documento norteador desta política são enunciadas as «ameaças» a serem combatidas através do novo incremento do poderio nuclear norte-americano: convencionais, químicas, biológicas, nucleares, espaciais e cibernéticas, mas também ditos «actores violentos não estatais» – possibilitando a realização de um primeiro ataque nuclear pelos EUA, mesmo contra adversários não possuidores de armas nucleares.

Esta revisão da política nuclear norte-americana promoverá a corrida aos armamentos, com graves implicações no aumento dos já fabulosos gastos militares ao nível mundial e num cada vez maior risco de conflito entre potências nucleares.

Ao nível das despesas militares, os EUA assumem sozinhos cerca de 40 por cento do total das despesas militares efectuadas ao nível mundial. Os três países seguintes (China, Arábia Saudita e Rússia), juntos, não chegam a metade dos 600 mil milhões gastos pelos EUA.

Importa ter presente que a utilização de apenas uma pequena parte dos actuais arsenais nucleares seria suficiente para pôr fim à vida na terra.

O desafio que a Humanidade tem perante si não é o da expansão, desenvolvimento e modernização dos arsenais nucleares actualmente existente, mas, pelo contrário, a da sua redução e total desmantelamento.

Repudiando esta decisão da Administração norte-americana e alertando para as suas perigosas consequências, o CPPC reafirma a urgência de avançar decididamente para iniciativas de Paz que tenham em vista a redução da actual tensão internacional e a promoção do desarmamento geral, simultâneo e controlado, visando particularmente e com a maior urgência o fim das armas nucleares e de destruição massiva – objectivo para o qual, a entrada em vigor do Tratado de Proibição de Armas Nucleares constitui um objectivo particularmente importante.

12 de Fevereiro de 2018

Direcção Nacional do CPPC