74 years of Hiroshima and Nagasaki; End to nuclear weapons

Thursday, August 8, 2019

Seventy-four years after the US nuclear bombings upon the Japanese cities of Hiroshima and Nagasaki — on August 6th and 9th of 1945 —, the Portuguese Council for Peace and Cooperation (CPPC) reaffirms the need and urgency to end this type of weapon.

The dimension of the crime of dropping the atomic bombs upon the cities of Hiroshima and Nagasaki is, firstly, expressed in the number of victims and the brutality of its effects: more than 100 thousand dead in the moment of explosion and many more until the end of 1945, following wounds; among the survivors and their descendants, the incidence of malformations and oncological diseases skyrocketed, due to radiation — a reality still felt today, more than 70 years after the events.

The fact that these bombings were perpetrated upon an already defeated Japan and upon cities with no strategic military importance only increases the brutality of the crime.

Following the horror of World War II and the barbaric atomic bombings, general, simultaneous and controlled disarmament has been, for more than seven decades, a central objective for all those who, in Portugal and the world, defend peace and international security.

Recalling Hiroshima and Nagasaki is, above all, a warning call to the present existing risks: given the dimension and potential of the current nuclear arsenals, a nuclear war wouldn’t be limited to replicating the horror in Hiroshima and Nagasaki, rather it would be multiplied many times over.

There are presently 16 thousand nuclear warheads, most of which much more powerful that those which destroyed the Japanese cities in August of 1945. Of these, 15 thousand are in the hands of the United States of America and the Russian Federation. The remaining warheads are in the hands of France (300), China (270), United Kingdom (215), Pakistan (120-130), India (110-120), Israel (80) and the Popular Democratic Republic of Korea (about 10). Five other countries — Germany, Belgium, the Netherlands, Italy and Turkey — host US nuclear weapons in their territory. The US also has nuclear weapons spread throughout the world, in hundreds of military bases, naval squadrons and bombers.

Deploying a small part of the existing nuclear arsenal would be enough to seriously threaten all life on Earth. In addition to the millions of human beings who would lose their lives because of the explosions, a nuclear war would also provoke devastating and prolonged effects upon the environment and climate. The so-called «Nuclear Winter» would drastically reduce the fertile periods of plant growth for many years, perhaps even eliminate them, leading most human beings and other species to succumb to famine.

In such an uncertain and dangerous time as we are living, namely when the US promotes an arms race, including nuclear race, with steps including its withdrawal from the Intermediate-range Nuclear Forces Treaty and recent statements by president Trump and members of his Administration criticizing and questioning the renewal, in 2021, of the Strategic Arms Reduction Treaty (New START), CPPC revives the need for stronger action in defense of peace and disarmament, and reaffirms the validity of demanding that Portugal sign the Treaty for the Prohibition of Nuclear Weapons.

CPPC reaffirms that Portugal should sign, ratify and promote this Treaty, actively contributing towards a world free of nuclear weapons and towards peace.

CPPC National Leadership
August 1st, 2019

74 anos de Hiroxima e Nagasáqui.
Fim às armas nucleares

Quando passam 74 anos dos bombardeamentos nucleares norte-americanos sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui – ocorridos a 6 e 9 de Agosto de 1945 –, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reafirma a necessidade e urgência de pôr fim a este tipo de armamento.

A dimensão do crime que constituiu o lançamento das bombas atómicas sobre as cidades de Hiroxima e Nagasáqui fica, desde logo, expressa no número de vítimas e na brutalidade dos seus efeitos: mais de 100 mil mortos no momento das explosões e outros tantos até ao final de 1945, na sequência dos ferimentos; entre os sobreviventes e seus descendentes, disparou a incidência de malformações e doenças oncológicas, devido à radiação – realidade que se sente ainda hoje, mais de 70 anos depois dos acontecimentos.

O facto de estes bombardeamentos terem sido perpetrados sobre um Japão na prática já derrotado e sobre cidades sem importância militar estratégica só aumenta a brutalidade do crime.

Na sequência do horror da II Guerra Mundial e dos bárbaros bombardeamentos atómicos, o desarmamento geral, simultâneo e controlado é, desde há mais de sete décadas, um objetivo central da ação de todos quantos, em Portugal e no mundo, defendem a paz e a segurança internacionais.

Recordar Hiroxima e Nagasáqui é, acima de tudo, um grito de alerta para os riscos hoje existentes: pela dimensão e potência dos atuais arsenais nucleares, uma guerra nuclear não se limitaria a replicar o horror vivido em Hiroxima e Nagasáqui, antes o multiplicaria por muito.

Existem atualmente cerca de 16 mil ogivas nucleares, a maioria das quais muito mais potentes do que as que arrasaram as cidades japonesas em Agosto de 1945: destas, 15 mil estão em poder dos Estados Unidos da América e Federação Russa e as restantes nas mãos da França (300), China (270), Grã-Bretanha (215), Paquistão (120-130), Índia (110-120), Israel (80) e República Popular Democrática da Coreia (cerca de 10); outros cinco países – Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália e Turquia – acolhem armas nucleares dos EUA no seu território. Os EUA têm ainda armas nucleares espalhadas pelo mundo, em centenas de bases militares, esquadras navais e bombardeiros.

Bastaria que fosse utilizada uma pequena parte das bombas nucleares existentes para que toda a vida na Terra ficasse seriamente ameaçada. Para além dos milhões de seres humanos que perderiam a vida em resultado das explosões, uma guerra nuclear provocaria igualmente efeitos devastadores e prolongados no tempo sobre o ambiente e a meteorologia. O chamado «Inverno Nuclear» reduziria drasticamente a duração dos períodos férteis de crescimento das plantas durante prolongados anos, podendo mesmo eliminá-los, levando a maior parte dos seres humanos e de outras espécies a sucumbir à fome

Num tempo tão incerto e perigoso, como aquele em que vivemos, nomeadamente quando os EUA têm promovido a corrida aos armamentos, incluindo nucleares, com passos como a sua retirada do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio e com declarações recentes do presidente Trump e outros dirigentes da sua Administração, criticando e colocando em causa a renovação, em 2021, do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (New START), o CPPC realça a necessidade de uma mais forte ação em prol da paz e do desarmamento e reafirma a validade da exigência da adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares.

O CPPC reafirma que Portugal deve assinar, ratificar e promover este Tratado, contribuindo ativamente para um mundo livre de armas nucleares e para a paz.

Direção Nacional do CPPC
1 de Agosto de 2019