73 years after Hiroshima and Nagasaki End nuclear weapons. Defend Peace

Tuesday, August 7, 2018

On the 73rd. anniversary of the US nuclear bombings of the Japanese cities of Hiroshima and Nagasaki, on August 6 and 9, 1945, the Portuguese Council for Peace and Cooperation (CPPC) reaffirms the need and urgency to put an end to this type of weapons of widespread destruction. General, simultaneous and controlled disarmament has for more than seven decades been the central aim of action of all those who, in Portugal and around the world, defend international peace and security.

The scale of the crime of launching atomic bombs on the cities of Hiroshima and Nagasaki is well expressed in the number of victims and the brutality of its effects: more than 100,000 killed at the time of the explosions, and an equal number by the end of 1945, following injuries; among the survivors and their descendants, there was a huge incidence of malformations and cancer diseases, due to radiation - a reality that still exists today, more than 70 years after the events.

The fact that these bombings were perpetrated on a practically defeated Japan only increases the brutality of the crime.

To recall Hiroshima and Nagasaki is today much more than a mere exercise of memory or a deserved solemn act of respect for the victims. It is, above all, a warning cry for the risks that exist today: with the size and power of the current nuclear arsenals, a nuclear war would not be limited to replicating the horror experienced in Hiroshima and Nagasaki, but would multiply it by much more.

There are currently about 16,000 nuclear warheads, most of which are far more potent than those that devastated the Japanese cities in August 1945: of these, 15,000 are in the hands of the United States of America and the Russian Federation, and the rest in the hands of France (300), China (270), Great Britain (215), Pakistan (120-130), India (110-120), Israel (80) and the Democratic People's Republic of Korea (less than 10); five other countries - Germany, Belgium, the Netherlands, Italy and Turkey - harbour US nuclear weapons in their territory, and are also scattered around the world, in hundreds of military bases and naval fleets.

It would suffice if a small part of the existing nuclear bombs were used to seriously threaten life on Earth. In addition to the millions who would lose their lives as a result of the explosions, a nuclear war would also have lasting effects on the environment and weather: the so-called «Nuclear Winter» would reduce the duration (or even eliminate) the fertile periods of plant growth for years, leading most humans and other animal species to succumb to hunger.

In times so uncertain and dangerous as the ones in which we live, the CPPC emphasizes the need for stronger action for peace and disarmament and reaffirms the validity of the ongoing campaign for Portugal to join the Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons, with a petition that collected more than 13,000 signatures throughout the country. Portugal has to sign and ratify this Treaty and actively contribute to a world without nuclear weapons.

Peace concerns us all and it is in the hands of all to conquer and defend it. For Peace we are not too many!

August 6, 2018

National Board of CPPC

73 anos depois de Hiroxima e Nagasáqui
Pôr fim às armas nucleares. Defender a paz

No momento em que passam 73 anos sobre os bombardeamentos nucleares norte-americanos sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui – perpetrados, respectivamente, a 6 e 9 de Agosto de 1945 –, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reafirma a necessidade e urgência de pôr fim a este tipo de armamento de destruição generalizada. O desarmamento geral, simultâneo e controlado é, desde há mais de sete décadas, um objectivo central da acção de todos quantos, em Portugal e no mundo, defendem a paz e a segurança internacionais.

A dimensão do crime que constituiu o lançamento das bombas atómicas sobre as cidades de Hiroxima e Nagasáqui fica desde logo expressa no número de vítimas e na brutalidade dos seus efeitos: mais de 100 mil mortos no momento das explosões e outros tantos até ao final de 1945, na sequência dos ferimentos; entre os sobreviventes e seus descendentes, disparou a incidência de malformações e doenças oncológicas, devido à radiação – realidade que se sente ainda hoje, mais de 70 anos depois dos acontecimentos.

O facto de estes bombardeamentos terem sido perpetrados sobre um Japão na prática já derrotado só aumenta a brutalidade do crime.

Recordar Hiroxima e Nagasáqui é, hoje, muito mais do que um mero exercício de memória ou merecido acto solene de respeito pelas vítimas. É, acima de tudo, um grito de alerta para os riscos hoje existentes: pela dimensão e potência dos actuais arsenais nucleares, uma guerra nuclear não se limitaria a replicar o horror vivido em Hiroxima e Nagasáqui, antes o multiplicaria por muito.

Existem actualmente cerca de 16 mil ogivas nucleares, a maioria das quais muito mais potentes do que as que arrasaram as cidades japonesas em Agosto de 1945: destas, 15 mil estão em poder dos Estados Unidos da América e Federação Russa e as restantes nas mãos da França (300), China (270), Grã-Bretanha (215), Paquistão (120-130), Índia (110-120), Israel (80) e República Popular Democrática da Coreia (menos de 10); outros cinco países – Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália e Turquia – acolhem armas nucleares dos EUA no seu território, que se encontram igualmente espalhadas pelo mundo, em centenas de bases militares e esquadras navais.

Bastaria que fosse utilizada uma pequena parte das bombas nucleares existentes para que a vida na Terra ficasse seriamente ameaçada. Para além dos milhões que perderiam a vida em resultado das explosões, uma guerra nuclear provocaria igualmente efeitos duráveis sobre o ambiente e a meteorologia: o chamado «Inverno Nuclear» reduziria a duração (ou eliminaria mesmo) os períodos férteis de crescimento das plantas durante anos, levando a maior parte dos seres humanos e outras espécies animais a sucumbir à fome.

Num tempo tão incerto e perigoso como aquele em que vivemos, o CPPC realça a necessidade de uma mais forte acção em prol da paz e do desarmamento e reafirma a validade da campanha que tem em curso pela adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares, no âmbito da qual foi promovida uma petição que recolheu mais de 13 mil assinaturas em todo o País. Portugal deve assinar e ratificar este Tratado e contribuir activamente para um mundo sem armas nucleares.

A Paz diz-nos respeito a todos e está nas mãos de todos conquistá-la e defendê-la. Pela Paz todos não somos demais!

6 de Agosto de 2018
Direcção Nacional do CPPC